sexta-feira, 29 de junho de 2007

Europride Madrid 2007

Este foi o fim de semana da grande festa internacional do orgulho gay. Com o cancelamento da Love Parade de Berlim, muitas mais foram as pessoas que ocorreram à capital espanhola para este evento. Vários voos e muitos autocarros fretados com direcção ao centro da península. A estimativa apontava para cerca de 2,5 milhões de visitantes, donde 1 milhão seriam estrangeiros e é verdade que as ruas se encheram dos mais variados tipos de pessoas. Hetero, homo, trans, drag, sado, maso, prefixos é o que não falta para tentar descrever a panóplia de diferentes pessoas que por cá andavam. As festas pelas ruas e praças do bairro da Chueca estiveram em alta com concertos, espectáculos de drag queens, muita diversão e muitos copos e botellón. Engraçado que se pedirmos uma mini aqui em Espanha nos presenteiam com um copo de 1L, não admira que as bebedeiras abundem, a beber-se cubatas assim, quem aguenta? No sábado foi o desfile, com milhares de participantes, muitos carros alegóricos, muita música, muita dança e de novo muita bebida para hidratar, ou não. O desfile vive-se de dentro e claro que me meti no meio da folia, no final a diversão imperava, independentemente da orientação sexual de cada um.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Sobre o céu de Madrid

Hoje tive um regalo, uma visita a um cliente na Torre Europa, um dos edifícios mais altos de Madrid, tem 30 pisos. Não cheguei a subir ao ultimo andar, mas fiquei acima da metade, pelo piso 17. Tive de usar um elevador que subia directamente até ao piso 16 e só a partir deste permitia paragens. Eu com a minha claustrofobia de elevadores lá me safei pois a máquina subiu bem rápido. A vista lá de cima era totalmente diferente, como seria de esperar, consegui ver grande parte da cidade, o horizonte estava um pouco difuso devido ao smog, que com o calor que se faz sentir se deve adensar ainda mais, já me tinham avisado que esta é uma cidade com muita poluição atmosférica. Bem a minha apresentação estava a correr sobre rodas até que disparou o raio do alarme de incêndios, não havia stress pois era apenas um simulacro, mas isto significava que teria de descer 17 pisos a penantes Com 13 pisos acima daquele em que estava, dá para imaginar a situação da escada de emergência, completamente atascada, penso que se se tratasse de uma emergência real mais de metade das pessoas ali ficavam atoladas..É a aventura em Madrid.

domingo, 24 de junho de 2007

Onde está o sol?

Esta foi mais uma semana a rebentar. Na quarta fiz uma janta portuguesa lá por casa. Foram poucos os convidados, pois a comida era pouca, alguns dos habitantes e um par de amigos que por lá passavam, aproveitaram para degustar um típico bacalhau português (parece mentira mas nestes 4 meses o único peixe que aqui comi foi bacalhau) acompanhado de um branco fresquinho. Com cerejas e um pouco de vinho do porto de sobremesa mais uns fumos de cachimbo de água, a noite prolongou-se mais do que devia. No dia seguinte foi o aniversário da prima que anda cá por Madrid o que levou a mais uma janta de celebração. Mais convívio, mais copos e mais uma vez a deitar-me tarde e a más horas. Sexta já não dava para grandes cowboyadas (pensava eu) mas mesmo assim marcou-se uma janta para tapeos, muita gente, muitas tapas, muita sangria, muita cantiga, uma noite de excessos. O sítio desta vez não foi a Mazmorra, esta começa a ser atacada pela praga turística que visita Madrid (sim, porque nós já somos parte da cidade), mas optámos pela Mezón del boquerón, um sítio gerido por um português e também com tapas de alta qualidade, muita sangria levou a que o pessoal soltasse a sua veia de artista, no fim já éramos todos cantores. Lá tentámos ir depois ao Barrio Alto mas este já estava fechado para férias (o calor aperta em Madrid e toca a dar de fuga). Daí o destino foi uma vez mais o Garibaldi, quase adormeci lá dentro. Arrastando-me até casa, o sábado foi passado inteiramente a dormir, já só vi os últimos raios de sol do dia. Acordado, mais uma sessão de tapas aqui perto de casa na já típica Cerveceria Cabrero, esta tem umas Patatas Cabrero deliciosas. Chegada a comitiva espanhola, Angéla, a companheira de casa e a amiga Elena, seguimos para uma festa de aniversário de um espanhol amigo de amigos, que decorria num bar em Chueca. Lá, mais parecia que tinha entrado numa creche, senti-me mesmo velho, a média de idades devia rondar os 19 aninhos, enfim os tugas deram à sola para melhores paragens e eu fiquei lá esperando os cumprimentos dos espanhóis que levam tempo e tempo. Enfim também o sofrimento não foi muito e ainda acabámos a noite em casa com um toque de moscatel no copo. Domingo foi mais um dia que mal vi a luz do dia, mais um dia em que uma visita a Segóvia saiu furada. Enfim, foi um fim de semana passado na escuridão.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

E hoje começou o Verão.

O Verão passado foi assim, mergulhos no mar Egeu.. este ano já não vou ter tanta sorte, é o que dá estar encalhado no meio da Península Ibérica. Este ano só me safo com uns mergulhos na piscina.

Por aqui faz-se assim

Pito, pito, colorito
¿dónde vas tú tan bonito?
Pito, pito, colorito,
¿dónde vas tú tan bonito?
A la acera
Verdadera.
Pim, pom, fuera.

Por estas terras, é assim que os miúdos escolhem os parceiros de equipa para jogos da bola ou qualquer outro jogo. Isto tem a sua graça.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Fim de semana à Campeão.

Mais uma vez o início foi pela quinta feira, uns amigos do André deram um pulinho aqui à capital e marcámos jantarada no Ojalá para umas tapas assim muito à frente, a melhor de todas foi mesmo o bacalhau que mais parecia uma sobremesa minúscula que teríamos de dividir por 7 pessoas, a cara com que ficámos quando vimos aquilo, o que vale é que as tapas por lá embora sejam totalmente diferentes do habitual, primam pela diversidade e qualidade. Pela sexta, com a chegada do irmão do Zé mais uma noitada se aprontava. O início foi pelo Lizarran da zona velha da cidade, eu já conhecia esta casa, mas de Lisboa, pois é uma casa de tapas com distribuição por diversas cidades da península. Já com o bucho cheio e depois de umas chupitos "oferecidos" de Pacharán, seguimos para o bar tuga da zona, o Barrio Alto (escrito assim para espanhol entender), onde aviámos umas quantas super bocks. Daí seguimos para uma festa na casa do Rui e da Joana, outros tugas que por cá andam. Festa muito boa, com direito a DJ e tudo, com mesa de mistura montada no balcão da cozinha, que dava um toque do caraças, mas toda a festa esteve excelente. Deu para conhecer mais umas caras novas e até teve direito a presença policial e tudo, o engraçado foi ver uns 7/8 policias a entrar no prédio ao lado, quando já se falava em violência doméstica ou homicídio, mas afinal a trupe vinha mesmo para pôr fim à festa. A noite já ia longa e seguimos para o check-point seguinte, o Ananda, mais uma descoberta, uma disco com diferentes pistas, muitos sofás e até camas suspensas. O ambiente estava excelente e muito bem composto. Pena ter chuviscado, o que não permitiu usufruir ao máximo da zona aberta, é certo que será um sítio de eleição para as noites quentes de verão. Com o nascer do dia, o posto seguinte era já a caminha pois as energias já rondavam o limite, ainda assim foi um esticão de Atocha até casa (penso que a última vez que me meto nessa aventura). Sábado, depois de umas boas horas de sono e com as cargas repostas, estava pronto para mais uma noitada. Desta feita, o local era em casa do Zé e do André. Lá tive de nadar pelo dilúvio que se abatia por Madrid, mas nada nos impede de chegar ao local da festa. Esta tinha um tom totalmente internacional tal era a quantidade de kamones que por lá andava, penso que foi das poucas festas em casa de um tuga onde a presença lusa foi, por momentos, ultrapassada em quantidade. Mais contactos novos e muita conversa sobre a mobilidade na Europa. Depois de muitos copos de sangria (com receita especial, que nem me atrevo a tentar recordar o que tinha lá para dentro), de lançar moedas a tordo e a direito o resultado do jogo, como previsto pelo nosso treinador, foi a 0 para a equipa da casa. Melhores noites nos esperam. Domingo foi dia dos últimos jogos da liga espanhola, e à semelhança da portuguesa, foi na última jornada que se iria decidir o título, Real Madrid, Barcelona e Sevilha lutavam pelo primeiro lugar. Foram jogos de emoção, estando o Barcelona com o título nas mãos durante cerca de 1h, pois o Real perdia em casa contra o Maiorca, uma reviravolta pelos pupilos de Fabio Capello na segunda parte, levou à vitória do Real por 3-1 e uma explosão de alegria e euforia por toda a cidade de Madrid. Os festejos pelo Paseo de la Castellana até à Plaza Cibeles foram do outro mundo, muita gente, muito barulho, muita bebida e muita festa. Um fogo de artificio no palácio das telecomunicações descomunal, parecia que tinham juntado todos os pirómanos ali. Foi uma festa à grande e à...espanhola.

domingo, 10 de junho de 2007

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades

Este é o dia em que se celebram os vários feitos históricos nacionais, se assinala o falecimento de um dos maiores poetas portugueses e se reconhece a importância das diferentes comunidades portuguesas pelo estrangeiro. Vejo agora como emigrante, como este dia adquire uma importância maior, especialmente por estar longe da minha terra, família e amigos, a distância aumenta ainda mais o espírito saudosista tão característico do nosso povo. Claro que este dia teria de ser assinalado com uma festa lá por casa, e no meio de tugas, até espanhóis e um francês se juntaram à festa para apreciarem algumas iguarias da nossa terra. Queijo de cabra, queijo da serra amanteigado, broa de milho e um belo chouriço assado acompanhados de um excelente tinto alentejano. Estas iguarias que se adquirem tão facilmente em Portugal, mas que adquirem um gostinho especial quando estamos longe e privados de as ter regularmente. Para o final, um Porto velho de 20 anos, que andava a guardar à algum tempo, uma maravilha.

sábado, 9 de junho de 2007

Sol, Praia e Concertos..finalmente

Este ano ainda não tinha ido a nenhum concerto e já andava em desespero...mas este fim de semana as preces foram atendidas e chegaram com bónus, bom tempo, praia e 3 grandes concertos. Pearl Jam, the White Stripes e Smashing Pumpkins, grandes bandas que há já muito tempo esperava por assistir.
Sexta à noite, concerto de Pearl Jam, absolutamente excelente, Vedder, McCready, Gossard, Cameron, Ament estiveram todos muito bem e regalaram o público com vários temas de toda a sua discografia. Ouvir Even Flow, Jeremy, State of Love and Trust, Daughter e outras tantas ao vivo tem a sua diferença, foi mesmo muito bom. Eddie Vedder ainda presenteou um espectáculo de como beber forte e feio sem perder tino à voz, o tipo deve ter despachado umas 3/4 garrafas durante o concerto e mesmo assim parecia bem sóbrio, ou não.
No dia seguinte pela tarde dei um pulinho à praia, aproveitar o bom tempo, pôr conversa em dia, ver salvamentos in loco. Mas ficar pela esplanada do bar pode ter as suas desvantagens, como ficar bronzeado em apenas um dos braços, agora pareço um camionista, braço esquerdo queimado e o direito branco. Pela noite, mais concertos.
A abrir, the White Stripes que não desiludiu as altas expectativas que tinha, um concerto muito bom, só pena não terem tocado algumas das minhas canções favoritas. Logo a seguir, as grandes estrelas da noite, the Smashing Pumpkins, o regresso muito esperado. O ínicio do concerto com o Today, sincronizado com uma leve chuva que começava a cair, levou as hostes ao delírio, pouco depois, Bullets with butterfly wings fazia a multidão mover-se em ondas de loucura. Pena o concerto ter-se apoiado muito na apresentação do novo álbum e em vários solos prolongados que acalmaram muito o poderio que esperava desta actuação, o que levou a alguma sonolência pelo final. No entanto este fim de semana de concertos foi excelente.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

O Bacalhau quer...

Quinta à tarde começa com uma chamada: "Epa está um calor do caraças. Bora lá beber umas jolas numa esplanada para refrescar." Convites destes não se recusam e lá segui para a Plaza de Santa Ana. O Verão está mesmo à porta, as esplanadas começam a ficar bem cheias e cada vez mais, noto o aumento de estrangeiros na cidade, muito turista vem passear a Madrid nesta altura do ano, há malucos para tudo.
A janta estava marcada para um restaurante tuga, "A Tasca do Bacalhau Português". O sr. Henriqué (com acento, porque o tipo é de Bragança e não gosta de pronúncia de Lisboa), lá nos serviu algumas das variedades, à Braz, à Zé do Pipo, com batatas à murro, com natas, e outros mais que não lembro o nome. O ambiente esteve muito bom e acompanhado por umas superbikes que alegraram ainda mais a festa. Pelo final da janta, um cafézinho Delta com um cheirinho de bagaço lá da terra do sr. Henrique "Este é caseiro feito por mim.", "Então e não nos acompanha?", "Epa, não, eu prefiro whisky" (tal era a murraça, mas até que estava bem bom, não tivéssemos despachado 3 garrafas pequenas daquilo). Já quentinhos seguimos pela zona de Huertas, zona esta que ainda não tinha explorado e fomos ter ao ...(esqueci o nome).... onde decorria uma festa Erasmus bem animada. Lá se aviaram uns quantos mojitos e já se fazendo tarde seguimos para o descanso. Chegando à porta de casa verifiquei que não tinha as chaves comigo, pensei logo que as tinha perdido, o que seria bem mau já que as chaves do escritório se encontram junto no molho. Não necessitei acordar ninguém para entrar em casa, já que os espanhóis são gente de ir bem tarde para a cama e o pessoal de casa ainda estar todo de pé. As chaves, essas, estavam no meu quarto, foi o que deu em sair à pressa de casa, tal era a sede, vá lá, um susto que passou.

domingo, 3 de junho de 2007

Fim de semana por Madrid

Este fim de semana troquei uma viagem a Valência por Madrid. Parece estranho mas sentia-me cansado para fazer a viagem, pelo que esta ficou adiada para mais tarde. Ainda quero tentar apanhar parte da final da America's Cup por isso a ver se trato disto num dos próximos fins de semana. Ficando por cá e a precisar de descansar, já sabia que "calminho" era coisa que o fim de semana não seria, é impossível parar la movida.
Sexta mostrou-se com uma tarde solarenga mesmo a pedir umas cañas e pinchos na Plaza Dos de Mayo. Com o calor que já se faz sentir o pessoal da Orgaz, tratou de organizar uma "wild summer party", a festa de pré entrada no Verão. Lá nos aperaltámos todos a rigor e só faltou mesmo a areia da praia, desde banhistas a sereias, todos estavam prontos para um mergulho (eu dei uns dives mas nos copos de rum..). Depois de se despachar as bebidas e já por altas horas da noite, (admira o vizinho da malta da Orgaz não ter aparecido nessa noite com a ultima moda de pijama..) seguimos para o Moby Dick, o bar da zona para continuar a matar a sede desta noite louca de verão.
No sábado foi aquele acordar ressequido, o verão não perdoa e exige a ingestão de largas quantidades de água para hidratar. Estando neste estado debilitado dediquei as primeiras horas do dia a actividades que pouco requeriam da utilização da calculadora e andei a fazer limpeza da casa, já que era a mim que tocava. Este fim de semana decorria a Feria de la Tapa, é claro que o pessoal estava numa onda de ir e experimentar as iguarias de reconhecidos chefes e escolas de restauração. Assim, combinámos a hora e local, mas chegando perto do pavilhão da feira ficámos abismados com a quantidade de gente que havia acorrido ao local. Uma fila interminável para entrar e nem imagino como estaria aquilo lá por dentro, é o que dá oferecer a entrada e colocar tapas e cañas a 1€, o espanhol é como o tuga, se é barato ou de oferta toda a gente aparece. Como o pessoal continuava com o bichinho de comer tapas seguimos para "La mazmora" a já mítica casa do tapeio. Com o bucho cheio, a noite tomou a direcção da zona da Chueca, primeiro pelo La Sueca e depois pelo San Mateo. Uma noite muito bem passada e menos violenta que a anterior.
Para domingo o plano seria um passeio a Segóvia, mas dados os atrasos no despertar, foi mais uma viagem que ficou adiada. Segui mais o meu homónimo para um giro pela La Latina onde diziam que as tardes do dia santo eram do melhor em Madrid. E é verdade, toda a zona muito animada, e os bares cheios de gente, parecia uma qualquer sexta ou sábado à noite, pessoal a dar-lhe forte e feio nas cubas, mojitos e vodkas, mas num domingo à tarde..a loucura e como se comprova pelo video, os espanhóis chegam a falar mais alto que a própria música do bar.