quarta-feira, 25 de abril de 2007

Hoje e sempre

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira

Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram

Traz outro amigo também



Traz Outro Amigo Também
por Zeca Afonso


segunda-feira, 23 de abril de 2007

e continuo a cultivar-me..

Hoje foi o dia de Sant Jordi, ou melhor São Jorge e o costume por cá é o de os rapazes oferecerem uma rosa às raparigas e estas retribuírem com um livro. Nada comercial comparado com o São Valentim (pois só se vendem mesmo livros e rosas, não existem os postais, peluches, balões e tudo o mais vermelho ou cor de rosa). Aproveitando o dia, realizaram também hoje a noite de livros em Madrid. Todas as livrarias e bibliotecas abertas, actividades e tertúlias por toda a cidade até às 02h00. Isto não pára, eu aproveito para dar uso à enxada e cultivar-me um pouco mais. Lá gastei uns tostões em livros para ver se reavivo o gosto pela leitura que anda adormecido desde que cheguei.

domingo, 22 de abril de 2007

Cultura de fim de semana

Este sábado aproveitando a dose de visitantes em Madrid, apanhei a onda até ao Museu Reina Sofia. Neste museu pode-se admirar obras de Picasso (o famoso "Guernica"), Salvador Dalí, Joan Miró, Juan Gris e muitos outros. Como já conhecia a exposição permanente, fui mais o Zé ver as temporárias, onde se encontrava a de Chuck Close. Muito boa, o tipo consegue fazer autênticas fotos em formato aumentado utilizando um pincel ou mesmo os dedos, os detalhes são simplesmente magníficos, o reflexo da luz na pupila dos olhos, a barba de um dia são apenas alguns exemplos. A forma como cria um retrato a partir do conjunto de pequenos quadrados coloridos é também impressionante. Outra exposição interessante foi a da Lo[s] Cinético[s] com uma parte sobre a luz muito engraçada. Como estava uma bela tarde, após esta visita cultural, seguimos para o inicio da visita social, umas quantas cañas numa esplanada da Plaza de Santa Ana. Com o chegar da noite fomos tapear para um lugar muito bom, a Masmorra, muito perto da Plaza Mayor. O sítio encontra-se numa cave e em tudo parece uma masmorra medieval, só faltam mesmo os esqueletos em ferros. A sangria e a comida estava muito boas, já saímos de lá meio tortos, parte devido ao árbitro da noite que se fartou de marcar penaltis contra a equipa da casa. Cantar bota abaixos e o kalimero e a abelha maia, fez recordar outras tantas jantaradas passadas no meio de outros grandes amigos. A paragem seguinte tinha o nome de Bairro Alto, já é o meu bar de eleição, uma Stout fresquinha faz a diferença toda, só é pena não podermos trazer a garrafa para beber na rua, mas sentir aquele gostinho é por si divinal. Fomos depois para casa de um tuga amigo do Zé que mora por aquela zona, onde nos infiltramos numa pequena festa e onde deu para conhecer mais umas caras que por cá trabalham. Mais uma surpresa, a Dona Antónia também lá estava em casa e relembrou mais um gostinho típico da terra. Por entre dedos de conversa as horas foram passando e seguimos para uma outra paragem. Aqui a minha memória já teimava em gravar e parece que a cassete saíu meio em branco. Sei que andámos pelo Sol, mais precisamente na praça Garibaldi, nada como conferir os bolsos das calças para se saber onde se andou na noite anterior. Já perto do amanhecer do dia, o destino era o VDL. Com tanta enegia perdida na noite com levantamento de copos, fomos procurar um sítio aberto que servisse qualquer coisa de comer. Após andar um bom bocado por estas calles de Madrid lá encontrámos um mini-mercado onde vendiam e aqueciam pizzas, hamburgers, bocadillos. Com o estômago mais calmo lá cheguei a casa para o merecido descanso. (As partes em branco da noite foram posteriormente preenchidas com a ajuda de outros boémios que recordavam algumas peças do puzzle, mas que também não sabiam como encaixar outras. Ao que parece, levámos umas boas horas a chegar à discoteca e ainda passámos outra lá dentro, à saída eu ainda conduzi a malta até ao chocolate com churros e só depois seguimos para as pizzas, jogar em grupo é o ideal).
Os dias de calor começam a chegar, muita água tive de beber para combater o estado de secura que hoje se abatia sobre mim. Agora sim, parece que estamos na primavera e as praças enchem-se de gente. Todos procuram um lugar nas esplanadas para aproveitar o sol e o excelente tempo enquanto saciam a sede com sumo de cevada. Onde está a minha praia?

sábado, 21 de abril de 2007

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Viernes..já se sabe o que significa...

Mais um fim de semana que começou na quinta, com a chegada de umas amigas do Zé, a malta foi dar uma volta aqui pela zona do Tribunal e mostrar o que é o tapeio. Seguimos na noite para uma festa do morango numa zona pija, disco com entrada à pala, mas com bebidas caras. Os espanhóis mais uma vez demonstram que no que toca a bebidas exóticas estão um pouco atrás dos tugas, não fazem ideia de como fazer uma morangoska, além de lhe chamarem caipirosca. Já no outro dia tinha comentado com espanhóis sobre as fabulosas morangoskas e kiwioskas que se bebem pelo verão tuga, onde anda o meu triturador de gelo nestas alturas para fazer umas quantas cá por casa, lá terei de dar uso ao desenrascanço e partir o gelo com um pano e o fundo de uma garrafa. Assim se demonstra a necessidade de tecnologia.
Hoje foi mais uma tarde de tapas e cañas. Desta feita com o aniversário de um colega de trabalho, o Alberto, lá fomos beber umas fresquinhas para celebrar a ocasião. O momento da tarde recaiu sobre o desgraço do empregado que já conhece a malta mas mesmo assim levou com a boca do Ivan que sobre um "estejam à vontade, como em vossa casa", respondeu "pois eu em casa não pago!", de rir e pedir mais uma rodada.
Fazer natação com algumas dentro não é muito recomendável, mas mesmo assim dei umas quantas braçadas para consumir as calorias. Como já me disseram várias vezes, bem posso nadar um oceano, da maneira que eu ingiro o suminho de cevada os efeitos pretendidos tardarão a chegar. Nada como uma sesta depois de tanto exercício.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A minha banda sonora.

Neste fim de semana ainda, recordaram-me o que era boa música (não que a música que costumo ouvir seja má, mas esta é especialmente brilhante). O pessoal que cá ficou por casa este passado fim de semana, certo dia colocou a tocar um certo concerto de Wembley. Brutal. A melhor voz que o rock alguma vez teve e com certeza alguma vez terá. Farrokh Bulsara a.k.a. Freddie Mercury, esta personagem sim, a melhor voz de sempre encaixada na melhor banda de rock de todos os tempos, os Queen. É sempre excitante e reconfortante ouvir este grupo, certamente várias músicas deles encaixavam perfeitamente na minha banda sonora da vida. Tantas e tantas excelentes músicas. Pena que tudo o que é bom (senão mesmo tudo) acaba por ter um fim, mas como já eles diziam "The show must go on". Aqui fica um gostinho para relembrar, uma das minhas músicas favoritas, Innuendo.

domingo, 15 de abril de 2007

Mais um mês e mais visitas

Este fim de semana fez dois meses que estou por Madrid, este mês passou ainda mais rápido que o primeiro. Não sei se pelas viagens que fiz ou pelas visitas que tive, mas voou isso é certo.
Este fim de semana também tive a visita de mais caras conhecidas, de Portugal recebi a visita de uma alemã e de uma estónia, estranho não? Mas sim, as kamones Kadri e Maren, lá deram um pulinho a Madrid para fazer a visita da praxe ao amigo e aproveitar "la movida". Aproveitando também a boleia, veio a irmã da Maren, Mareike directa de Estrasburgo e o Nacho de Valladolid. Cinco pessoas a dormir no meu quarto minúsculo, sem problemas, só eu é que ressonava por isso para mim foi pacífico. Quinta à noite começou-se a festa saindo logo de tapas com a Angéla e Carmén, o resto da malta chegava bem tarde e a noite terminou-se no meu quarto entre copos de tinto. Na sexta, mais festa, com o gostinho de um tinto e picapau que preparei em casa, seguimos de invasão para o aniversário da Rita. Mais uns copos e um pouco de bacalhau com natas e o pessoal estava feito para seguir de fiesta. Acabámos a noite no Pacha, eu já me arrastava de tão cansado, desta vez não vi Ferraris, mas sim um Maclaren Mercedes, sempre grandes máquinas por lá. Sábado foi dia de passear pela cidade e visitar uma exposição à borla de Roy Lichtenstein, muito porreira. Pela Castellana abaixo, fomos até à praça do Sol, donde decidido, queria encontrar a churreria onde tinha estado a semana passada, mas após uma boa hora à procura pelas ruas entre a Plaza Mayor e o Sol, desistimos e fomos para uma cafetaria. Pela noite fomos tapear, mais uma vez o sítio de eleição, La Llama, a melhor casa de tapas em Madrid. Daí seguimos para a zona de bares na Chueca. Lá me fiz perder outra vez à procura de um bar, mas por sorte, desta vez dei com ele, La Sueca, muito bom, um espaço pequeno, mas agradável ao olho mas não à carteira, como estamos cá para nos divertir, não se olhou a custos. Domingo o cansaço já começava a mostrar-se, mas mesmo assim o pessoal levantou-se cedo para (finalmente) ir ao mercado ao ar livre do Rastro. A coisa é enorme, várias ruas e praças cheias de gente e de tentas de venda. Lá encontra-se de tudo (excepto o tapete a preço de amigo que eu procurava), é de facto um sitio porreiro para comprar coisas a baixo custo. Depois disto lá os levei a provar churros que afinal estavam bem na zona em que me perdi no dia anterior. Agora é tempo de limpar a minha habitación para os próximos, quem se segue?

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Quando a saudade aperta.

Mais uma reunião de tugas para comer e beber do bom que há pela nossa terra. Bola, rojões, queijo, chouriço, sagres, super-bock, periquita..que bela surpresa tive com estas iguarias, só faltaram mesmo as amêndoas e folar de Páscoa que este ano nem toquei. A saudade hoje foi demais, ainda por cima pus-me a ouvir Madredeus, que erro..

Anda pela noite só
um capote errante, ai ai
e uma sombra negra cai, em redor
do homen no cais

Das ruas antigas vem
um cantar distante, ai ai
e ninguém das casas sai, por temor
de uns passos no cais

Se eu cair ao mar,
quem me salvará...
Que eu não tenho amigos,
quem é que será...

Aí a solidão,
que não anda só,
anda lá à vontade
mas de mim tem dó...

Cantar, sempre cantou
jamais esteve ausente, ai ai
e uma vela branca vai, por amor
largar pela noite


("A Sombra", Madredeus)

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Quem desenrasca, quem?

Amanhã é dia de ir aprumado para o trabalho, uma apresentação assim o requer.Lá tive de tirar as camisas do armário e dar uma passadela para tirar os vincos das dobras resultantes ainda da viagem para Madrid (quase 2 meses penduradas e mesmo assim as dobras não saíram, o efeito da gravidade não funciona como esperava). Como não há tábua de passar a ferro cá por casa, há que dar uso à imaginação, o resultado? uma prateleira, uma mesa de cabeceira, uma toalha e é serviço de fazer inveja a qualquer 5asec. Deixar as coisas para a última dá nisto, mas à que continuar a ser português e usar o desenrascanso, essa bela qualidade que tanto nos distingue.

domingo, 8 de abril de 2007

Donostia

Fim de semana de Páscoa, o coelhinho saiu da toca e foi de monte em monte a saltar pelo País Basco até San Sebastián ou Donostia como é conhecido por lá. Com muita sorte com a meteorologia, lá se conseguiu um fim de semana de sol e sem pinga. A chegada de avião é parecida com a da Madeira, dá-se a volta dentro do mar e mais parece que estamos a aterrar dentro de água, mas no fim tudo corre bem (mais uma aterragem que contribuiu para me tirar uns anos). Tinha de chegar em dia feriado, sem autocarros de carreira pública, tive de requisitar o serviço de táxi que me custou apenas 20x mais que o preço da 1ª opção. A vila é mesmo gira, muito pitoresca, muita arquitectura antiga, muita mística basca e muito mar, não fosse uma vila pesqueira. Que saudades tinha eu do cheiro a maresia e de sentir a areia nos pés. A vila é em tudo indescritível, é ver para crer e vale bem a pena. Aproveitei a estadia para passear um pouco pela região e como não havia carros para alugar fui de autocarro (uma opção que saiu de longe mais barata) até Getaria e Zarautz. A primeira, terra de pescadores, onde se come tão bem como em qualquer vila piscatória lá da terra, a segunda, de surfistas, onde franceses e espanhóis vêm domar as ondas do Cantábrico.
Em suma, o País Basco aparte das controvérsias que o seguem ao longo da história, está mais que aprovado como destino turístico. Tem muita coisa para ver, a comida é de alta qualidade e só é preciso mesmo ter sorte com o tempo. Fotos aqui.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

SANGRIA

O título já por si diz tudo. Mais um fim de semana de borracheira, desta vez à pala de sangria e desta vez em Valladolid. Acabei por não ver nada da cidade pois cheguei sábado já ao fim da tarde e parti na segunda de madrugada de forma a chegar a horas ao trabalho. O tempo foi passado num retiro com pessoal do BEST na sua maioria espanhóis. Foi excelente rever caras conhecidas, tugas, gregos e mesmo espanhóis de barcelona que não via à uns meses. Muito concurso de sangria, uma futebolada em que os tugas ensinaram como se joga à bola, mesmo sem qualquer equipamento (era eu a jogar de calças de ganga e botas) e muito espírito de convívio. Pena não ter ficado até ao final, mas o que importa é que foi bom e mais hão de vir.

Tapas da noite: Morcela, Chouriço, Linguiça, Tremoço, Queijo, Ginginha, Moscatel, Porto, Licor Beirão, Amarguinha, Aguardente fizeram as delicias de todos.