segunda-feira, 9 de julho de 2007

O mito...

Este fim de semana o destino foi Pamplona. Um sonho que à já algum tempo queria realizar, participar nas Festas de San Fermín.
Sexta pela manhã, já vislumbrava na televisão a abertura da festa, um amontoado de gente na Plaza del Ayuntamento que erguia os típicos lenços vermelhos construindo um espectáculo de cor e movimento. O lançamento do foguete por parte da Alcaide dava o início às festividades e uma chuva de champanhe e vinho caía por cima dos demais que se encontravam na praça. As imagens prometiam muito e só faziam aumentar a ansiedade da chegada do fim do dia. Aconselhado pelos colegas de trabalho fui procurar ainda por Madrid a vestimenta típica do evento, calça e t-shirt branca. Nada como ir ao hipermercado da zona para comprar este tipo de coisas que é de usar e deitar fora. Já pela tarde encontrava-me no aeroporto com mais pessoal que ia participar na aventura, o André e o outro Luís. O voo que esperávamos para as 20h00, acabou por ter um atraso de 3h (por falta das hospedeiras, ora voos lowcost de 40m e com o choffer pronto, quem precisa das hospedeiras?). Ficámos pelo bar a aviar umas quantas cañitas e ainda fomos regalados com um jantar de oferta como compensação da espera.
Chegámos a Pamplona tarde e a más horas, conseguimos-nos encontrar com o Ricardo (que já andava por lá desde cedo) e fomos procurar sitio onde deixar as mochilas. A consigna estava com uma fila enorme que atravessava parte da praça de San Francisco e muitas eram as borracheiras que se viam por ali. Foi chegar na altura do degredo. Esperámos um pouco a ver se a fila avançava e aproveitámos para abrir uma das garrafas compradas no aeroporto (homem prevenido vale por 2) não queríamos chegar ao nível dos demais, mas também não queríamos ser os únicos totalmente sóbrios e sem um copo de mini na mão. Como era de esperar a consigna encheu sem que conseguíssemos deixar as nossas coisas e seguimos para o meio da festa e folia. Concertos ao vivo (Franz Ferdinand foram um marco, não eram os gajos mas as covers andavam por aí..), muita animação e bebida. As ruas estavam cheias de gente e o nível de alcoolemia atingia extremos, muitas garrafas partidas, pessoal a dormir na calçada, a tratar da higiene em qualquer canto. Isto deu para comprovar que estes espanhóis não sabem fazer bem este tipo de festas, qualquer festival de verão em Portugal não leva tanta gente como a que se vê em Pamplona e tem de longe, mas de longe, mais casas de banho que as distribuidas por esta cidade. Pelo meio de minis e muita gente que conhecemos na noite (eu não me lembrava de nada, mas as fotos comprovam que não passámos a noite só os 4) o dia foi amanhecendo e com este o aproximar da hora da largada dos toiros. Nessa altura estávamos pela Plaza del Ayuntamento que é mesmo muito mais pequena que o que aparenta na televisão. Tal era o número de pessoas que por ali se concentrava que acabei por não ver, nem ouvir nada..um mito..os toiros em Pamplona são um mito. Mesmo já com o sol alto, o pessoal continuava cheio de energia (é o que eu digo, álcool é o nosso petroil) e pelo meio de bandas que se passeavam pelas ruas apertadas dando música aos demais e construindo um fluxo ondulante de pessoas. Depois destas aventuras, seguimos para o descanso (que já estava acordado à mais de 24h e só tinha fechado a pestana durante o curto voo) num dos parques da cidade, o local estava apinhado mas encontrámos uma boa árvore já a jogar com a possibilidade de sombra para as horas seguintes(eram +- 09h00). Eu pensava que a relva era suposto ser fofa, como me enganei, aquilo causa mossa. Depois de despertar fomos trincar qualquer coisa e beber umas fresquinhas que pela tarde a temperatura roçava os 40º e há que manter os líquidos. Depois de algum exercício de levantamento do copo fomos dar um giro pela cidade e ter com uma amiga do Luís que nos ia guardar as mochilas, proporcionando-nos assim uma noite sem peso nas costas, encontrámos-nos com ela à porta de uma igreja que por acaso era onde se encontrava a imagem do santo padroeiro. Uma chuvita (graças aos índios que não paravam com a dança da chuva, raio dos gajos..) ameaçava estragar a noite, mas felizmente foi coisa passageira. Procurámos sitio para comer qualquer coisa (aqui sim as chapadas na carteira, come-se mal e paga-se bem durante estas festas) e seguimos mais uma vez para a para a zona antiga sem antes passar mais uma vez pelo concerto dos FF. Nesta noite o percurso seria pelas Peñas, que são como associações de moradores de bairro. Estes montam o estaminé numa garagem metem uma banda à porta e temos festa, a loucura, passámos a noite a andar de Peña em Peña, a melhor de todas foi sem dúvida a Peña-Donibane. Pela noite fora ainda nos encontrámos com umas amigas espanholas do Ricardo e demos mais voltas e voltas à zona antiga (penso que durante o fim de semana, fizémos o percurso um cento de vezes e mesmo assim, no final, eu não me orientava lá dentro). Impressionante ver que pela noite havia já pessoas a marcar lugar para ver os toiros passar, deve ser uma emoção do caraças passar uma noite de festa debaixo de uma manta enconstados a um corrimão ou vão de escada para 10 segundos de pura emoção que é ver um par de bichinhos a passar, fora de perigo é claro. Com o passar das horas o pessoal começava a afroxar e niguém estava para ficar à espera dos toiros pelo que regressámos ao já conhecido parque, este fim de noite foi mais complicado que o anterior pois estava bem mais frio e o parque verificava-se bem desprovido da massa que o compunha no passado dia. Ainda vimos a policia Navarra em acção apanhando um grupo bem grande de jovens que andavam a surripar o pessoal que por lá passava pelas brasas. Domingo era mais um dia pelas festas, infelizmente o último, estava bem mais frio em comparação com sábado, desceram apenas uns 10/15º. Tratámos de encher o bucho e siga para mais uma voltinha pela cidade. A festa não pára, pela tarde os bares já se enchiam bem como as ruas, pessoas e mais pessoas que aproveitavam as bandas que surgiam a cada esquina para momentos de diversão. Depois de fazermos o percurso do encierro, ou seja, o percurso que os animais fazem pela cidade até à Praça de Toiros, aproveitámos para um momento de descanso ao sol acompanhado de uma loirita. Mais uma voltinha pela cidade para aproveitar o ambiente e fomos ter à Plaza del Castillo, onde se encontrava o hotel onde Ernest Hemingway ficou aquando das suas paragens na cidade. Ali aproveitámos para rematar mais uma fresquinha antes de seguir viagem de volta a Madrid. As festas continuam, até dia 14 e certamente com menos gente que neste fim de semana. Foi muito boa esta viagem, só vi toiros pela televisão, mas as festas foram muito boas, fotos desta loucura por aqui. Próximo ano lá estarei de novo, para ver toiros, cabeçudos, procissão e tudo o mais que nos escapou este ano, aqui fica o hino ao padroeiro e os vídeos dos encierros dos dias que por lá andámos.

"A San Fermín venimos,
por ser nuestro patrón,
nos guíe en el encierro,
¡dándonos su bendición!"


2 comentários:

Anja e Patti disse...

Hi Luis !!! Wow Pamplona seems great..maybe next year we'll come too .. i know we were supposed to come to Madrid this spring..but..the time is running away and we've got so many things to do :/ (me, Pat has still got one exam O_o ..the 26th of July!!)
So hope to see you soon i hope you will survive to this crazy Madrid ..so we will meet in Lisboa!! My flight is already booked and my portuguese life will start the 9th of september!!!
Beijinos!!!

Luís Ramos disse...

You can count on me going again there next year. The parties were simply amazing.It's really worth the trip.